Este blog tem como objetivo criar um ambiente de aprendizagem interativo para as disciplinas ministradas pela prof. e screener Sandra Garcia.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
3- 4 Bimestre.
Texto: Dissonâncias conceituais
Felipe A. P. L. Costa (*) Biólogo (meiterer@hotmail.com), autor do livro Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003).
La Insignia . Brasil, abril de 2004.
Matéria publicada pela Agência Estado (AE) -
'Guia mostra 273 espécies de pássaros na metrópole' - repetiu, já na manchete, um erro (grosseiro) muito comum na mídia brasileira: empregar a palavra 'pássaro', quando o correto seria 'ave'. Uma chamada ilustrada, acompanhando a foto de uma ave de rapina, insistia no erro: 'Pássaros colonizam a cidade'.
Nas palavras do repórter: Hoje, São Paulo abriga 273 espécies de pássaros, que podem ser vistos nos bairros e parques mais arborizados e nos arredores das reservas florestais. O bem-te-vi, o periquito e o sabiá-laranjeira são as espécies mais comuns. Há mais de um problema nesse parágrafo, mas vamos focar na questão inicial: o objetivo da matéria era chamar a atenção do leitor para a publicação de um guia das aves (e não só dos pássaros) encontradas na cidade de SP. O título do livro? Simples: 'Guia de campo: Aves da Grande São Paulo'. O repórter e/ou o editor, pelo jeito, brincaram com as palavras como se elas fossem sinônimos, e não são. Jornalistas não gostam de ser criticados ou corrigidos, muito menos em público, nem mesmo quando escrevem bobagens e erram. A situação torna-se particularmente irritante (do ponto de vista do jornalista) quando o puxão de orelha parte de um, digamos, 'acadêmico' - nesse caso, é comum ouvir do repórter que a matéria na qual ele está trabalhando não será lida apenas por especialistas e coisa & tal. Em todo caso, é absolutamente incomum ver algum graúdo da mídia brasileira reconhecer e simplesmente pedir desculpas em público por erros (grosseiros) cometidos; ao contrário, há sempre uma desculpa esfarrapada para as maiores barbeiragens ditas ou escritas. (Na transmissão de eventos esportivos, então, a tragédia quase sempre vira comédia...) Como todos (ou quase todos) os profissionais agem assim, a verdade sobre os fatos, inclusive em torno das questões mais polêmicas, torna-se apenas o resultado de uma disputa na base do grito: a 'verdade' é o berro de quem grita mais alto, em meio a uma gritaria generalizada.
Sem critérios ou parâmetros rigorosos, a coisa toda descamba; assim, dependendo do jornal ou da emissora, chegamos a ouvir versões e comentários diametralmente opostos para um mesmo evento.
Muitos desses erros e mal-entendidos, é bom que se diga, vão parar onde não deviam: nas páginas de nossos livros didáticos de Ciências e Biologia.
Precisamos conhecer o significado e quando empregar um determinado termo biológico. Nesta atividade a proposta é que cada aluno escolha um termo que frequentemente é empregado erroneamente e explique o seu verdadeiro significado, dando uma frase como exemplo de utilização correta do termo escolhido.
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